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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Um Texto Para Ler Chapado. E se D. Pedro II Fumasse Maconha?

            Esta é uma história que ouvi quando estava chapado, uma história paralela do Brasil.

A erva já existia à tempos; sementes trazidas nos vôos dos escravos da África e traduzidas ao Tupi-Guarani pelos nativos Brasileiros. E o homem que era da terra, fez da terra, sua brisa.
Estava presente em toda quebrada, então. Em todo cortiço tinha; ia lá no bar, que tinha; Até na foda com uma boa mulata. Era bom pra relaxar; bom pra acalmar; era bom pra rir; bom pra dormir; era bom pra dor; era pro frio e pro calor.
Até mesmos os grandes capitães das Tordesilhas conheciam, o que era bom de fibra pra roupa e pra caravela. Era tão bom, que bolavam uma vela e ficava tudo numa maresia. Popularizou-se pelo império do Brasil. E no chá das 16:20, Carlota Joaquina desfrutava das brisas e da larica do Pão de Açúcar; rindo-se com sua preta doméstica.  Sabiam que era tarada; mas não que era loucura da erva.
Enquanto isso, abobado e coxinha, D. João VI convencia seu filho:
“Faça, tu. Antes que outrem aventureiro o faça.”
Fazer o quê? Dizer não a legalização, oras. Proibir aos cristãos do Novo Mundo, bons descendentes de Sebastião, aos Homens de bem; pois a planta do diabo pertencia aos profanos, negros de longe e índios da terra e suas misturas orgásticas.
E a erva restringiu-se dos palácios durante meio imperador de tempo, pois D. Pedro I teve que voltar à Portugal para manter o seu povo coxinha feliz. E deixou aqui pra nós um molecote de imperador; ao mínimo, influenciável. Tanto que decidiram prepara-lo prematuro para o cargo de II Imperador do Brasil, com apenas 16 anos.
Durante quatro regências de homens tradicionalistas, a maconhâ continuou sendo festa apenas da periferia, de onde se fazia mais festa e mais fumaça e mais amor.
Mas o golpe aconteceu, e aos 16 anos, Pedrinho recebeu o título de Imperador do Brasil. Potente acima dos poderes legislativo, judiciário e executivo; detentor do 4º poder do estado, o Poder Moderador. Ele podia o que queria.
Já pensou se ele fumasse do Cânhamo?!
“Vem cá, vem cá! Quem manda nesta poraacá sou eu! Libera maconha pra todo mundo. Vamos fumar e dar risada; Vamos fumar e amar; Fumaça para todo mundo! Pois nossos bosques têm mais vidas, e nossas vidas agora tem mais maconha! Ouça quem indica, Maconha Indica! Viva o Império do Brasil!”

Curiosamente, após essa proclamação, iniciou-se o período romântico da literatura brasileira. E os romancistas aprenderam com os índios e com os negros, os amores da terra.

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